domingo, 5 de agosto de 2012

UTOPIA

Como eu queria morar num condomínio desses, que parece um pombalzinho; todos os vizinhos se conhecem e tudo é perfeito. Tem toldinhos nas janelas e as roupas são estendidas nos varais sanfonados. Há garagens e os carros populares ocupam as mesmas. Tudo é calmo, todos se dão bem.

Como eu queria morar num condomínio desses, que só tem povão mesmo, que não há 'não me toques', que não há do que reclamar. O sol bate nas janelas, pega um ventinho no fim da tarde e à noite, o cheirinho vindo das panelas da vizinhança, tortura os solteiros que fazem apenas um lanchinho.

Como eu queria morar num condomínio desses, onde as crianças brincam no playground nos finais de semana, as mulheres sentam no pátio para colocar a fofoca em dia e, sempre sai um churrasquinho na casa de alguém; sem esquecer da caipirinha bem geladinha.

Como eu queria morar num condomínio desses, onde podemos ter bichinhos e eles são bem tratados; um condomínio, onde prevalece a segurança, o respeito. Um desses condomínios, onde temos porteiros e eles nos dão bom dia, boa tarde e boa noite, felizes, sorridentes. Condomínio esse, que a vida é livre, que há um respeito mútuo, que o vizinho, é vizinho "de porta" e não "de cela".

Fotos: Sidinei Brzuska

Como eu queria morar num desses condomínios, sabe... Onde eu pudesse viver com meu esposo e meu filho. Qualquer condomínio, que pudéssemos ficar juntos.

Um comentário:

Hélio disse...

Eles residem nas esquinas da ignorância. Você reside na imaginação de um mundo feliz e com respeito.