sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Coisas assim...


Ocorreu um episódio, pouco tempo atrás, em que uma pessoa, criticou-me por usar um pseudônimo; até mesmo, fiz um post pra tratar do assunto, explicar, enfim... Eis que, dentre os comentários, surge este aqui (que abaixo transcrevo), do amigo Adv. Criminalista "de mão cheia", Carlos Arquimedes. Poderia eu, querer mais?! Agradeço pelas lindas palavras. Ótima contribuição!

No contexto social, esposas e companheiras de apenados, foram e continuam sendo discriminadas, há de se considerar que a prisão, por si só, é um ambiente que favorece a violação de direitos. “O cárcere é uma instituição totalizante e despersonalizadora” (ESPINOZA, 2004, p. 78) e o indivíduo que nele se encontra apresenta ruptura, em diversos níveis, dos vínculos sociais. Não se trata apenas da perda da liberdade, mas da privação por completo da capacidade de autodeterminação.
O cárcere produz em seus internos e a seus familiares efeitos e sentimentos análogos. As mulheres ao visitarem os apenados no sistema penitenciário apresentam um dilema, pois à esta sempre coube cuidar da família, dos afazeres domésticos, dos filhos, e essa é a imagem associada no imaginário social, como alguém frágil e dócil.
Partindo desta premissa, qual o problema em adotar este ou aquele pseudônimo. Eu mesmo, escolhendo atuar no direito criminal, muitas vezes ouço, que “defendo vagabundos”, que este ou aquele deveriam permanecer preso, ou em trabalho forçado, que cada apenado custa “X” reais para o governo que se encontra falido, entre outras opiniões; porém, o advogado criminal deverá sempre ter em mente que estará defendendo a pessoa e seus direitos e não o crime do qual o cliente é acusado. O Advogado Criminalista é a voz, cabeça e mãos dos direitos que cabem a qualquer pessoa.
O processo criminal sempre trará em seu seio histórias trágicas, da vítima e do acusado, pois que não é menos trágico o cometimento de um crime, apesar de parecer, num primeiro plano, que a vítima é a que mais “perde”.
Da mesma forma que nós operadores do direito sofremos repressões por atuar no crime, acho mais que justo e perfeito, você “Maria Esperança”, escolher o pseudônimo que bem entender.
Maria Esperança, sempre haverá situações semelhantes a esta, nunca desista de teus objetivos, como diz Manoel Pedro Pimentel, cabe ao Advogado Criminalista, agora estendido a você: “coragem de leão e brandura do cordeiro; altivez de um príncipe e humildade de um escravo; fugacidade do relâmpago e persistência do pingo d’água; rigidez do carvalho e a flexibilidade do bambu”.



Pessoal, quando me faltam forças, me falta coragem, me falta sei lá o quê mais, leio e releio os comentários, as críticas e as sugestões. Querem saber?! É daí, de coisas assim, que tiro minhas forças. São depoimentos verdadeiros - reais! -, como este, que me fazem lutar e, pensar que essa luta não é só minha, é de toda uma sociedade.

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