sábado, 5 de janeiro de 2013

Amar dentro da realidade

Não é a primeira vez e não será a última, que pessoas fazem contato, para me botar pra baixo. Tem cabimento?! Não conseguem. Não mesmo. Porque eu sei, que as pessoas que preocupam-se em tentar me "desiludir", dão com a cara no muro. Não sou iludida.
Não sou a primeira a chegar na fila do Presídio Central, já fui, mas foi há muito tempo. Não minto sobre o processo, posso omitir, para não deixá-lo nervoso, apreensivo. Não deixo o meu filho com qualquer um, para ir em todas as visitas, vou somente duas vezes por mês visitá-lo. Sou realista, apesar de "romancear" a vida, como já me disseram; a poesia é intrínseca á mim, é o lado Maria Esperança, aflorado. Sou assim, pouco pedra, pouco flor. E vou tocando em frente.
Preocupam-se por eu depositar as fichas, num amor complicado. Complicado mesmo, foi a parte que vivi com ele, aqui fora, em liberdade. Quando o organismo clamava por droga e a minha companhia já não fazia diferença. Ele pode estar carente por estar preso e, por ter somente a mim como visita; mas, o homem por quem me apaixonei há quatro anos atrás, continua vivo e agora, mais do que nunca, vívido!
Sou realista, pessoal! Se não der certo aqui fora, bola pra frente. Temos vidas diferentes, não somos siameses, apenas preenchemos lacunas na vida um do outro, não vivo a vida dele, nem a minha, nós acrescentamos conhecimentos às nossas vidas. Claro que agora a coisa é mais séria, há uma vida no meio disso tudo. Um serzinho, que ganhou apelido de Arrozinho, porque a primeira vez que vi ele na ecografia, tinha centímetros!
Estou de coração aberto, esperando colher bons frutos. Conto com o apoio de vocês, sempre incansáveis no quesito "enaltecer meu ego". Só tenho a agradecer aos amigos, mesmo que virtuais, por pegarem junto comigo, entraram de corpo e alma nessa batalha da vida, e o mais importante: ao meu lado. Agradeço as oportunidades, os puxões de orelha, os conselhos, e até as lágrimas que me fazem derramar, quando me elogiam e me abraçam virtualmente.

Só lhes digo uma coisa, que pode ser vista como um conselho:

Amo sem medidas, sem pensar no amanhã; Deposito as fichas, no jogo do amor. Não importa se eu perder amanhã, depois ou depois, numa esquina qualquer da vida. É amor, e no amor vale tudo. Vale sorrir, chorar, escabelar e suar. Suar muito. Suar pra conquistar, suar pra correr atrás, suar pra amar. Suar pra que escorra por entre os corpos. Vale chorar também, de saudade, de tristeza, de orgulho e de emoção. Depois de umas noites aí, regadas a lágrimas de desespero, jurei á mim mesma, que as próximas lágrimas que cairão de meus olhos, serão as de alegria. Em breve, muito em breve. Acreditem-me!

Compartilho com vocês, um vídeo do Projeto Direito no Cárcere, no qual meu esposo é integrante e aparece timidamente no vídeo. O detalhe é que a música que eles cantam no vídeo, muito embalou nossas noites regadas a vinho, risadas e amor. Mas, o que mais me toca, é que a Carmela Grüne postou o vídeo em 25/02/2012 e compartilhou comigo... Arrozinho nasceu no outro dia! No cárcere também há amor, também há cultura!





2 comentários:

DIVIRTA-SE ENQUANTO A SUA PELE ESTIVER ROSADA!! disse...

Feliz em saber que mandei num dia antes do Marcos nascer, não sabia desse detalhe!

DIVIRTA-SE ENQUANTO A SUA PELE ESTIVER ROSADA!! disse...

Força Fé Foco!