sábado, 7 de julho de 2012

"É a vida, é bonita e é bonita!"

Para muitos, apenas uma música; para mim, uma verdade. Quem nunca se pegou cantando um trecho de "O que é, o que é?", de Gonzaguinha?! Hoje, estava cheia de idéias e pouco tempo para escrever. Queria falar sobre as crianças, filhos de presos (as), que visitam seus pais nos presídios da vida, que desde pequenas sofrem o preconceito na pele. Mas, tudo isso junto, me levou a falar do amor. (Daí, vocês devem estar se perguntando, o porquê da música, o porquê de eu ter citado Gonzaguinha. Bora lá, então!)
A exemplo de Carmela Grüne, (já citei ela no primeiro post do Blog e, já deixo avisado que ela servirá de exemplo, muitas e muitas vezes por aqui), que através do projeto Samba no Pé & Direito na Cabeça (http://www.facebook.com/SambaNoPeDireitoNaCabeca), 'que tem como objetivo demonstrar a existência de métodos alternativos ao ensino do direito e promover a cidadania por meio da música', vou falar um pouco da condição de familiar/esposa de um preso, através da música também.
Viver! E não ter a vergonha de ser feliz...
Porque me envergonhar? Não sei, não teria motivos. Isso mesmo. Não teria, verbo ter, conjugado no passado. Vergonha de quê, por quê? Não é do meu esposo, nem do amor que cultivo em meu peito, tão louco, irracional, incondicional. A vergonha que tenho, é do povo e seu 'senso comum', (tantas vezes incomum), que julga. E no tribunal das ruas, a lei é mais severa: o júri, sempre bem popular, julga a revelia e, se pudesse (Deus-que-me-livre!), voltava ao tempo da inquisição e queimaria "bandido", como filósofo hermético, em praça pública. Triste isso, mas muito me envergonha o meu povo, que já nem sei mais se é "meu", se me aceita, por eu ser mulher de "bandido".
Ah meu Deus! Eu sei, eu sei... Que a vida devia ser bem melhor, e será!
Será sim, dias melhores virão e, como não poderia deixar de citar Quintana: 'Eles passarão e eu passarinho.', eu, meu companheiro e nosso filho. Esperando o dia do grito de liberdade, para sermos passarinhos livres. Nosso ninho, o mundo. Nossas asas, a imaginação. Eu acredito e, enquanto estiver acreditando, estou vivendo.
E a vida! E a vida, o que é? Diga lá, meu irmão...
Ela é a batida, de um coração, Ela é uma doce ilusão... Hê! Hô!...
 A vida, sofrimento, desilusão, descontentamento, chuva, frio, dias nublados, grades, barras de ferros, cadeados, fardas, cães farejadores, solidão, muros, sol quadrado, penumbra, choro, tristezas, pensamentos perdidos. Tudo do lado de lá do muro, é mais duro. Mas, enquanto houver o lado de cá, com amor no peito, calor humano, sol raiando, e almas transbordando esperança, tá tudo certo.
E a vida, ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é? O que é? Meu irmão...
A vida é um pouco de tudo, um misto quente. Céu e inferno na terra, amor - muito amor! -, e ódio. Embora, muitas vezes pareça haver muito mais ódio. Mas, enquanto houver pessoas que acreditem umas nas outras, que olhem pelo próximo, eu saberei responder o que é a vida. E, não se enganem, a vida é muito mais! Mesmo para quem está lá; porque - pasmem! -, eles sonham. 
Eu só sei que confio na moça, e na moça eu ponho a força da fé...
Somos nós que fazemos a vida, como der, ou puder, ou quiser...
E as "moças", todos sabem... são as únicas pessoas dem que eles confiam. Sou uma dessas tantas "moças", cheias de fé, que amanhecem na porta de um presídio, porque amanhã ou depois, até mesmo bem depois, tudo vai dar certo. E a gente sabe, a gente sente. Somos nós, que seguramos a onda, a barra, o choro. Somos nós que amamos.
E a pergunta roda, e a cabeça agita...
E, mais um dia. mais uma noite longe da gente, longe da vida de verdade. E a gente, mais uma noite vazia, cheia de pensamentos e incertezas, cheia de esperanças; dias, cheios de dificuldades, cheios de trabalho e suor. Cheios de carinho, amor e dedicação, toda vez que se cruza o portão. E, mesmo depois de toda essa mistura, de todos esses sentimentos espalhados, prefiro assim:
Eu fico com a pureza, da resposta das crianças...
É a vida, é bonita e é bonita...
 Foto: Sidinei Brzuska - uma noiva entrando no PCPA. Jéssica N. Mileski, foi ao encontro do amor, no lugar mais inusitado. Parabéns Vinícius Mileski, ela te ama muito e, prova mais uma vez, para todos, que o amor não tem barreiras.

Como não repetir: "É BONITA E É BONITA!"

Um comentário:

Anônimo disse...

agora você me fez chorar ,querida Maria Eperança a vida é bonota sim e estamos aqui fora para mostrar tudo isto para eles,claro que ainda estamos lá , mas somos o "tudo" deles assim como meu grande amor me fala " você amor é meu tudo ,minha vida, meu AMOR"...ENQUANTO EXISTIR AMOR NOS CORAÇÕES DOS HOMENS HÁ ESPERANÇA SEMPRE ... boa noite!!!!simplismente jackie...