Parece título de texto infantil, infelizmente não é. Mas, todas as vezes que visito meu esposo no Central, ouço milhares de perguntas, milhares de "Porquê's?".
Por que devemos passar por toda aquela humilhação; Por que tanta demora na fila; Por que tanta demora na revista das sacolas; Por que não deixam entrar uma mulher de brincos, mas deixam entrar um prestobarba? (ele pode matar, sabiam?!); Por que não podemos levar frutas cítricas; Por que pode levar arroz de leite, mas não pode levar pêssego em calda, com a calda, se ela é transparente; Por que isso, por que aquilo, "porquês" de todos os tipos, com acento, sem acento, junto, separado; enfim, uma série infinda de questões sem respostas. Ao menos, sem uma resposta decente.
Se todos que julgassem, soubessem tudo o que se passa. Se todos soubessem dos sofrimentos, das tristezas, das lágrimas e até mesmo dos amores que alí surgem, talvez entendessem. Pois é, a questão é essa; As pessoas sabem, mas não entendem. (Não entendem, e se nunca tiverem um ente querido preso, jamais saberão o significado da saudade, o terrível sentimento de impotência, nem a extensão do amor!)
Esses dias, uma pessoa me disse: "- Tu escolheu assim, passar por tudo isso; poderia nunca ter ido visitá-lo."
Agora, se alguém puder me responder - porquê eu realmente não compreendi, como uma pessoa pode ser tão cruel. Ela ama? Não... só pode ser um eremita, enclausurado em seu mundo de solidão e pó na estante dos livros de romance. Como poderia eu, deixar de amar, porque ele cometeu um erro? Quem sou eu para não perdoar? Afinal, qualquer pessoa que erra, vai parar na porta de uma Igreja Evangélia e eles perdoam e ainda te transformam em pastor!
Não consigo conceber a idéia de que uma pessoa abandona a outra; existia, de fato, amor? Ou era apenas um descarrego de desejo carnal? Fico me indagando, se o criminoso não está no lugar errado. Abandono também é crime e, abandonar um coração, deveria receber a mais severa das punições do universo; ainda mais, num local daqueles, sujo, vazio. Sujo de pensamentos, porque quando se está recluso, o mundo passa na tua cabeça e, nada do que é bom fica nítido, só em sonhos. Vazio de coisas boas, a tristeza, danada, sempre teima em aparecer, acompanhada do sofrimento, da solidão.
Se um dia eu o abandonar, seja lá qual for o motivo, podem me prender. Não no Pelletier, seria fácil demais; Prendam-me em uma solitária, em meio a montanhas rochosas, que nem cantem os passarinhos.
#Posso desabafar e trocar o foco do 'porque', mas, as perguntas continuam aí. Alguém sabe responder?!
- Sobre a demora na fila... no último domingo, deve ter acontecido alguma coisa de muito grave na sala de revistas; mulheres que chegaram na fila as 9 horas da manhã, conseguiram passar pela revista somente as 14hrs. Um absurdo, uma vergonha. Frio, fome, sede. E, quem estava 'encarangando' de frio? As visitas que não podem entrar com mais de três peças de roupas (uma blusa, um moletom/blusão e um casaco - sem forro!), ou os PM's que ficam quentinhos, com seu chimarrão e suas camadas de roupas debaixo do grosso uniforme?! Podemos passar um pouquinho de trabalho, 'a gente não se mixa', mas não precisam abusar, né?!
Obs.: Meus dias de visita são as terças e sábados. Recebi uma mensagem no Facebook, avisando da situação do domingo passado no Central. Triste, mas já passei por isso também. Fica registrada nossa indignação aqui.
Foto: Sidinei Brzuska - Será que ele pode nos ajudar, melhor... será que consegue?! Não, não o brigadiano; esse daí, coitado, não tem nem como se ajudar... Tô falando do 'santo guerreiro'...
Um comentário:
Pois é minha amiga , já é difícil encarar aquele lugar , mas vamos com todo o amor , com toda a nossa força na espera de poder o mais rápido "possível" encontrar nossos entes queridos mas infelizmente somos barradas e muitas vezes humilhdas ,por pessoas que embora estejam fazendo seu trabalho deveriam ter um pouco mais de "amor ao próximo" não digo que não deixem de cumprir com suas obrigações mas só um pouco mais de compreenssão, pois afinal são mães , esposas, que muitas na verdade também trabalham ,batalham a semana toda e na verdade não importa mais nada só "paciência" com o próximo pois afinal ninguém está livre de passar por esta situação nem eles mesmo, tb achei que jamais passaria por isto, por ter estudo , família estruturada, bons amigos etc...,enfim fui eu quem fiz uma das reclamações , está muito dificil viver isto tudo, e ainda mais com este inverno rigoroso que temos , então sei que teria várias soluções mas uma delas a principal seria ampliar as salas de revista pois só temos uma para as mulheres e de vez enquando abrem as dos homens tb , é claro quando chega perto do meio dia , que claro todos querem almoçar enquanto nós ficamos ali esperando até quase 14:00Hs sem café da manhã sem almoço ,e é claro o nosso almoço que levamos quentinho já está congelado não é?? quem consegue comer comida congelada , ainda mais no inverno,então penso o seguinte estão modificando a entrada das salas de revista , agora me pergunto para quê? só para fazer bonito para "mídia", por favor o que precisamos é de uma outra sla de revistas assim não ficariam aquelas filas intermináveis, que claro é " muito bonito de mostrar para a sociedade o sofrimento dos outros" são bandidos não é? é claro a familia também tem mais é que sofrer também? pensamentos de pessoas que infelizmente conheço tb mas descartei de minha vida graças a Deus! só o que "pedimos" ´é um pouco mais de respeito por nós ! o sofrimento é grande e as dificuldades pior ainda! boa noite a todos! foi só um desabafo de uma mulher que não aguenta mais passar por tanta "falta de amor ao próximo" ou então tanta "desumanidade"ou como muitos procuram " DIREITOS HUMANOS"aonde está????????
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