sábado, 19 de janeiro de 2013

MUJER

Desde nova, militava pelas causas sociais, aderia as greves do CPERS Sindicato, participava ativamente do Movimento Estudantil e, filiei-me ao Partido dos Trabalhadores quando completei 16 anos. Adorava tudo isso, ainda adoro; apenas me afastei das atividades político-partidárias, não sei por quanto tempo, mas prefiro assim.
Participei do I Congresso da Juventude do Partido dos Trabalhadores, em BSB, Fóruns, reuniões e eventos diversos. Numa dessas (Fórum das Juventudes Políticas do Mercosul - São Leopoldo/RS - 2007), conheci um rapaz uruguaio chamado Ernesto. Ele escrevia muito bem, compunha poesias em segundos e, num piscar de olhos, escreveu em meu bloco de anotações um poema lindo e exclusivo que compartilho com vocês.


Mujer

Como respeto las manos, de la mujer que trabaja
Son de las grandes razones que alimentan mi lucha diaria
Esas manos productivas, en la lucha cotidiana
Las que fabrican tortillas, laban, planchan, o que manejan las máquinas
Las que agarrando los libros nos alimentan el alma
También son lindas sus manos, cuando agarran la pancarta
O cuando levantan el puño en la lucha solidaria
Y van cargando los hijos
Y van forjando la Patria!

Hoje, este poema não é "meu", ele é uma homenagem a todas as guerreiras que conheço. Aquelas que buscam realizar os sonhos, aquelas que acompanham seus amados, aquelas que seguem sós, e aquelas que simplesmente batalham no dia-a-dia. Todas as mulheres já são guerreiras por natureza, uma costela foi o que noss deram, e fizemos o churrasco completo! Desejo sorte a todas as queridonas e adoráveis mulheres que cruzam por meus caminhos, sempre me ensinando, sempre me erguendo, sempre em meu coração.

 

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Mais uma do senso comum...

Pra quem não sabe, sou ouvinte assídua da Rádio Gaúcha. Escuto o dia inteiro, é bom para manter-me informada; participo também. Envio mensagens no Facebook, ligo, gosto porque é uma rádio bem interativa.
Hoje pela manhã, sexta-feira 11/01/2013, estava ouvindo o programa Gaúcha Hoje, com apresentação de Antônio Carlos Macedo e Daniel Scola; por volta das seis da manhã, o Macedo comentou sobre o fato de que, as entidades integrantes do Fórum da Questão Penitenciária no Rio Grande do Sul apresentaram ontem a representação contra o Brasil na OEA (o texto de 104 páginas, denuncia as péssimas condições do Presídio Central em Porto Alegre através de levantamento de dados, vistorias e imagens impressionantes - fonte: www.adepergs.org.br).
Após noticiar a apresentação do documento, teceu o seguinte comentário: "Claro que a situação do Presídio Central é preocupante, mas e os hospitais? E os idosos, crianças, bebezinhos que ficam horas nas filas dos hospitais, e ninguém faz representação pra OEA? Como fica? E a situação da saúde pública? Caros Senhores, fica feio não fazerem nada a respeito..." - Não foram bem com essas palavras, porque não consegui no site da Rádio Gaúcha o aúdio do comentário dele, mas foi nesse tom e até mesmo com ar de deboche indignado, e a última frase foi aquela mesmo, lembro-me porque me chocou muito.
É fácil falar, quem passa o dia sentado na sua cadeirinha giratória, comentando a vida alheia. É fácil comentar, quando se tem um plano de saúde e é ativista de sofá, ou de microfone... É muito mais fácil falar, quando não se tem um ente querido, que encontra-se recluso na masmorra do Presídio Central.
Meu caro Macedo e todos os outros "Lasier's" da vida, em algumas palavras, resumirei o que o respeitado Juiz Mauro Caum escreveu certo dia, que foi mais ou menos assim: "Todo mundo faz o discurso fácil, de que a vítima deve ser protegida, mas esses mesmos imbecis que falam isso não fazem nada por essas vítimas, nem por ninguém: assinar um abaixo assinado para terem tratamento psicológico no Posto de Saúde do bairro, que seja."
No assunto em voga, é a mesma coisa. Reclamou, mas fez o quê para mudar a situação?! Semanas atrás, liguei para a referida emissora de rádio fazendo uma denúncia da área da saúde e pouco caso fizeram. A denúncia era sobre o Hospital Dom João Becker, em Gravataí, que além de atenderem muito mal, o pediatra de plantão era o mesmo para o SUS e os convênios. Acontecia que, atendia primeiramente os convênios e a demora no SUS, chegava a 12hrs, como aconteceu comigo e com meu filhote.
Muito feio fica um radialista, como ele, NÃO DAR NOMES DOS POLÍTICOS, QUE ELE AGRADA COM UMA VOZ AVELUDADA - COMO POUCOS - QUANDO ENTREVISTA, os quais não cumprem as normativas legais e orçamentárias, para assegurar os itens que falou/cobrou.
Hoje, ouvi na Rádio Gaúcha, o que o senso comum quer ouvir. E, essa parte alienada da população deve ter aplaudido o Macedo. Só faltou ele completar com a velha máxima de que "bandido bom é bandido morto". Por pouco não desliguei o rádio... Confesso que foi difícil retornar ao sono, porque as palavras que queria dizer ao Macedo, ficaram entaladas em minha garganta.
O Presídio Central, também é questão de saúde pública; os presos que lá se encontram, condenados ou não,  estão sujeitos a contraírem tuberculose, leptospirose e tantas outras doenças. Fora a drogadição, pois, mesmo quem não é usuário na rua, passa a ser lá dentro, já que é impossível de aguentar aquilo lá, estando sóbrio.
O Presídio Central, também é questão de VERGONHA pública. Todos deveriam indignar-se com as condições daquele lugar, nnguém está livre de uma estadia no "Condomínio do Central". Por isso, estimado Macedo, foi um comentário infeliz, mal colocado. Acho que Deus te perdoará, porque não sabes o que dizes, não tens propriedade para tecer tal comentário.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Amar dentro da realidade

Não é a primeira vez e não será a última, que pessoas fazem contato, para me botar pra baixo. Tem cabimento?! Não conseguem. Não mesmo. Porque eu sei, que as pessoas que preocupam-se em tentar me "desiludir", dão com a cara no muro. Não sou iludida.
Não sou a primeira a chegar na fila do Presídio Central, já fui, mas foi há muito tempo. Não minto sobre o processo, posso omitir, para não deixá-lo nervoso, apreensivo. Não deixo o meu filho com qualquer um, para ir em todas as visitas, vou somente duas vezes por mês visitá-lo. Sou realista, apesar de "romancear" a vida, como já me disseram; a poesia é intrínseca á mim, é o lado Maria Esperança, aflorado. Sou assim, pouco pedra, pouco flor. E vou tocando em frente.
Preocupam-se por eu depositar as fichas, num amor complicado. Complicado mesmo, foi a parte que vivi com ele, aqui fora, em liberdade. Quando o organismo clamava por droga e a minha companhia já não fazia diferença. Ele pode estar carente por estar preso e, por ter somente a mim como visita; mas, o homem por quem me apaixonei há quatro anos atrás, continua vivo e agora, mais do que nunca, vívido!
Sou realista, pessoal! Se não der certo aqui fora, bola pra frente. Temos vidas diferentes, não somos siameses, apenas preenchemos lacunas na vida um do outro, não vivo a vida dele, nem a minha, nós acrescentamos conhecimentos às nossas vidas. Claro que agora a coisa é mais séria, há uma vida no meio disso tudo. Um serzinho, que ganhou apelido de Arrozinho, porque a primeira vez que vi ele na ecografia, tinha centímetros!
Estou de coração aberto, esperando colher bons frutos. Conto com o apoio de vocês, sempre incansáveis no quesito "enaltecer meu ego". Só tenho a agradecer aos amigos, mesmo que virtuais, por pegarem junto comigo, entraram de corpo e alma nessa batalha da vida, e o mais importante: ao meu lado. Agradeço as oportunidades, os puxões de orelha, os conselhos, e até as lágrimas que me fazem derramar, quando me elogiam e me abraçam virtualmente.

Só lhes digo uma coisa, que pode ser vista como um conselho:

Amo sem medidas, sem pensar no amanhã; Deposito as fichas, no jogo do amor. Não importa se eu perder amanhã, depois ou depois, numa esquina qualquer da vida. É amor, e no amor vale tudo. Vale sorrir, chorar, escabelar e suar. Suar muito. Suar pra conquistar, suar pra correr atrás, suar pra amar. Suar pra que escorra por entre os corpos. Vale chorar também, de saudade, de tristeza, de orgulho e de emoção. Depois de umas noites aí, regadas a lágrimas de desespero, jurei á mim mesma, que as próximas lágrimas que cairão de meus olhos, serão as de alegria. Em breve, muito em breve. Acreditem-me!

Compartilho com vocês, um vídeo do Projeto Direito no Cárcere, no qual meu esposo é integrante e aparece timidamente no vídeo. O detalhe é que a música que eles cantam no vídeo, muito embalou nossas noites regadas a vinho, risadas e amor. Mas, o que mais me toca, é que a Carmela Grüne postou o vídeo em 25/02/2012 e compartilhou comigo... Arrozinho nasceu no outro dia! No cárcere também há amor, também há cultura!